O Nada Palpitante

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sexta-feira, março 06, 2020

5º Capítulo - A revelação


Segundo Hubble o universo encontra-se em expansão. O ritmo dessa expansão é de aproximadamente 70 km por segundo e por Megaparsec. Assim, galáxias que estão mais longínquas afastam-se mais depressa do que galáxias mais próximas, sendo essa velocidade de afastamento diretamente proporcional à sua distância. Sabe-se também que essa velocidade de expansão é cada vez maior.
O mecanismo que explica essa expansão não é conhecido mas o que parece evidente é que não são as galáxias que se movimentam mas sim o espaço entre ela que se expande. Essa expansão do espaço acontece de forma uniforme em todo o lado e em todas as escalas.
Uma vez que a velocidade de afastamento das galáxias é diretamente proporcional ao espaçamento entre elas, ou seja, que é a quantidade de espaço original que determina o acréscimo de espaço subsequente, podemos colocar a hipótese de o espaço ser formado por unidades indivisíveis ou quanta espaciais que sugiro designar de “células espaciais” as quais “reproduzem-se” a um ritmo constante.
Cada vez que uma célula espacial se divide, ela fá-lo numa direção do espaço aleatória e a nova célula espacial faz deslocar a célula seguinte na mesma direção e assim consecutivamente numa cadeia infinita de movimentos. Assim, cada célula dessa cadeia é deslocada uma unidade numa determinada direção e assume novas coordenadas. Esse deslocamento acontece à velocidade da luz. A deslocação de uma unidade de espaço determina também a unidade mínima de tempo.
Esta cadeia de movimentos sucessivos e de definição de novas coordenadas espaciais é a forma mais racional de explicar o modo de se criar espaço no interior do universo uma vez que, de outro modo, o espaço criado seria automaticamente transmitido a todo o universo no mesmo instante da sua criação.
Mas de onde vem esta criação de espaço? Esta criação de espaço vem do tempo! De facto tempo e espaço são manifestações diferentes da mesma coisa. O tempo é então o novo espaço criado mas não só. O tempo é também a cadeia de alterações sucessivas de coordenadas espaciais que se segue ao surgimento de cada nova célula espacial. O tempo é esse mecanismo que leva a que as coordenadas de capa ponto mudem e por isso não é completamente universal em todo o instante, embora a rede de cadeias temporais acabe por afetar todos os pontos do universo. Assim, embora ao nível da escala da célula espacial existam momentos em que o tempo está parado, ao nível atómico, molecular ou superior, o tempo já se comporta como contínuo porque há sempre uma infinidade de células espaciais que estão a ser sujeitas ao movimento de alteração de coordenadas.
O que acontece com a matéria sujeita a esses movimentos das células espaciais? As partículas elementares mais simples, sem inércia, como os eletrões, movem-se ao longo da cadeia de movimentos, à velocidade da luz, até a cadeia ser intersetada por uma outra cadeia ou até serem detidos pelo campo elétrico gerado pelo núcleo atómico. É esta sensibilidade dos eletrões às cadeias celulares que torna os seus movimentos tão erráticos e imprevisíveis.
As partículas maiores ocupam várias células espaciais e assim só algumas partes da partícula estarão sujeitas ao movimento das células. As restantes partes estão paradas no tempo e no espaço. O facto de os corpos apresentarem inércia é consequência direta de o tempo (ou seja, os movimentos das células espaciais) não afetar todas as partículas ao mesmo instante.

Contudo, a sujeição ao movimento das células não implica necessariamente a movimentação das partes da partícula afetada porque o movimento não acontece todas as vezes que as partes de partícula são percorridas pelas cadeias pois, se assim fosse, o movimento geral da partícula seria próximo da velocidade da luz.
Supõe-se que existe um estado cinético que estabelece a velocidade da partícula e determina o número de vezes que a partícula é percorrida pelas cadeias espaciais para que haja um deslocamento no valor de uma célula espacial e numa dada direção.
O estado cinético de uma partícula é resultante de todas as forças que nela atuam e determinam a direção e velocidade do seu deslocamento.
A deslocação das partículas realiza-se assim à custa do movimento das células espaciais sendo que o estado cinético das partículas condiciona essa sua deslocação. O estado cinético comporta-se como uma vela de um barco que dirige a energia fornecida pelo vento, vento esse que é o movimento das células espaciais. Esse movimento é a verdadeira energia que anima o universo e que conduz à sua expansão. É a chamada energia escura. E é o tempo.
Acredita-se que uma célula espacial ocupada por matéria não se divide. Assim sendo, na presença de corpos o número de células que se divide é menor e consequentemente o número de cadeias de movimentos iniciadas também é menor.
Assim, na proximidade de grandes corpos como estrela e planetas, o tempo corre mais devagar.
Um corpo está constantemente a ser percorrido por cadeias espaciais vindas de todas as direções e por isso o sentido do movimento que resulta apenas da soma de todos esses movimentos é nulo. Contudo, se na sua proximidade existir outro corpo, esse corpo vai alterar o equilíbrio das cadeias de células espaciais que atingem e afetam o primeiro corpo. As cadeias provenientes da direção do segundo corpo serão em menor número e a soma dos movimentos deixa de ser nula e passa a existir uma força no sentido do segundo corpo. O mesmo acontece também com o primeiro corpo que provoca do mesmo modo uma atração relativamente ao segundo. É a força gravítica que tanto maior será quanto maior forem os corpos e menor for a distância porque quanto maior for a distância maior é o número de células espaciais sujeitas a divisão e a diferença entre a direção das forças das cadeias espaciais se esbate.
Assim sendo tanto a força responsável pelo afastamento das galáxias como a força gravítica são resultado da ação dos movimentos das cadeias de células espaciais.

segunda-feira, junho 05, 2006

Capítulo 4º - O Big Bang

Quando lemos ou ouvimos falar acerca da teoria do Big Bang, somos normalmente levados a imaginar uma grande explosão, algures no centro do Universo, a partir de um ponto de energia concentrada, o chamado ovo cósmico.
A imagem é realmente bastante fantástica e reporta-nos um evento com uma espetacularidade digna de um nascimento de um universo mas... não é verdadeira!
Afinal, a ideia de um ponto algures no universo presume a ideia de espaço. A ideia de um corpo energético presume a ideia de tempo, porque o conceito de energia como algo capaz de produzir trabalho pressupõe a potencialidade da acção a qual é forçosamente dinâmica o que só é possivel existindo um tempo.
A dita explosão tem então outro aspecto. É uma explosão que não se centra num ponto porque na verdade o que explode é o próprio espaço. É uma explosão universal porque todo o universo se concentrava ali naquele embrião espacial. Não havia nada à volta... não havia sequer esse conceito, assim como não havia antes porque se o tempo começa naquele momento não faz qualquer sentido pensar-se no antes, que é um conceito temporal.

Capítulo 3º - A singularidade

Tentemos vislumbrar então o início, ou seja, o nada inicial. Para tal peço aos eventuais leitores o impossível, ou seja tentar por de lado a percepção humana do mundo físico. Vão precisar de uma composição mental desligada de todos (ou quase) os referenciais resultantes das capacidades de apreensão e compreensão sensoriais, que constituem a nossa forma habitual e única de consciencia de nós e do que nos rodeia.
É que o nada de que falo é o nada perfeito: Sem tempo, sem espaço, sem matéria, sem informação... apenas com... nada!
Nada mais simples e singelo.
É obvio que não havendo espaço nem tempo, este nada não tinha local nem tinha horas. Não era possível saber onde nem quando. E como não existiam tais referenciais, que são a condição essencial para a existência, este nada não existiu! E, no entanto, o tudo que temos hoje surgiu dele. Mas devagar, porque manda a lógica que as coisas mais complexas resultem das coisas simples e, se estamos a pensar no início de tudo, temos que procurar a coisa mãe de todas as coisas...
Se pensarmos nos elementos universais essenciais, podemos distinguir os seguintes: Espaço, Tempo, Matéria, Energia, Informação.
Será possível reduzir tais elementos a algo ainda mais simples? Será possível reduzi-los a uma única coisa?

Capítulo 2º - O nada e o tudo matemáticos

Matematicamente, o nada é representado pelo número 0 (zero). Qualquer matemático poderá partir desse número e desenvolver uma infinidade de proposições de valor lógico positivo, compostas por elementos infinitos (o infinito representa, matematicamente,a ideia de tudo). Poderá, de igual forma desenvolver equações de elevada complexidade e encontrar a sua raiz.
A título de exemplo apresento a seguinte proposição: 0=1-(3-raiz quad. de 4). É óbvio que substituindo cada um dos elementos desta proposição por outros que lhe sejam equivalentes e mais complexos obtém-se uma proposição igualmente mais complexa.
O exemplo utilizado mostra também uma das formas mais simples de se obter o nada (o zero) - a soma de elementos opostos.

sexta-feira, junho 02, 2006

Capítulo 1º

No início era o nada. Se assim não fosse não era início.
Segundo as ideias de Lavoisier, "Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma..." mas na verdade do nada se faz tudo porque, paradoxalmente, o nada contém o tudo, é-lhe maior...
A prova disso mesmo é este blog. No início ele nada era e por isso era potencialmente tudo o que poderíamos querer que fosse.

quinta-feira, junho 01, 2006

Inicio

E agora?...
Palpita-me que vou ter que começar do nada...