5º Capítulo - A revelação
Segundo Hubble o universo
encontra-se em expansão. O ritmo dessa expansão é de aproximadamente 70 km por
segundo e por Megaparsec. Assim, galáxias que estão mais longínquas afastam-se
mais depressa do que galáxias mais próximas, sendo essa velocidade de
afastamento diretamente proporcional à sua distância. Sabe-se também que essa
velocidade de expansão é cada vez maior.
O mecanismo que explica essa
expansão não é conhecido mas o que parece evidente é que não são as galáxias
que se movimentam mas sim o espaço entre ela que se expande. Essa expansão do
espaço acontece de forma uniforme em todo o lado e em todas as escalas.
Uma vez que a velocidade de
afastamento das galáxias é diretamente proporcional ao espaçamento entre elas, ou
seja, que é a quantidade de espaço original que determina o acréscimo de espaço
subsequente, podemos colocar a hipótese de o espaço ser formado por unidades
indivisíveis ou quanta espaciais que
sugiro designar de “células espaciais” as quais “reproduzem-se” a um ritmo
constante.
Cada vez que uma célula espacial
se divide, ela fá-lo numa direção do espaço aleatória e a nova célula espacial
faz deslocar a célula seguinte na mesma direção e assim consecutivamente numa
cadeia infinita de movimentos. Assim, cada célula dessa cadeia é deslocada uma
unidade numa determinada direção e assume novas coordenadas. Esse deslocamento
acontece à velocidade da luz. A deslocação de uma unidade de espaço determina
também a unidade mínima de tempo.
Esta cadeia de movimentos sucessivos
e de definição de novas coordenadas espaciais é a forma mais racional de explicar
o modo de se criar espaço no interior do universo uma vez que, de outro modo, o
espaço criado seria automaticamente transmitido a todo o universo no mesmo
instante da sua criação.
Mas de onde vem esta criação de
espaço? Esta criação de espaço vem do tempo! De facto tempo e espaço são
manifestações diferentes da mesma coisa. O tempo é então o novo espaço criado
mas não só. O tempo é também a cadeia de alterações sucessivas de coordenadas
espaciais que se segue ao surgimento de cada nova célula espacial. O tempo é
esse mecanismo que leva a que as coordenadas de capa ponto mudem e por isso não
é completamente universal em todo o instante, embora a rede de cadeias temporais
acabe por afetar todos os pontos do universo. Assim, embora ao nível da escala
da célula espacial existam momentos em que o tempo está parado, ao nível
atómico, molecular ou superior, o tempo já se comporta como contínuo porque há
sempre uma infinidade de células espaciais que estão a ser sujeitas ao
movimento de alteração de coordenadas.
O que acontece com a matéria
sujeita a esses movimentos das células espaciais? As partículas elementares
mais simples, sem inércia, como os eletrões, movem-se ao longo da cadeia de
movimentos, à velocidade da luz, até a cadeia ser intersetada por uma outra
cadeia ou até serem detidos pelo campo elétrico gerado pelo núcleo atómico. É
esta sensibilidade dos eletrões às cadeias celulares que torna os seus
movimentos tão erráticos e imprevisíveis.
As partículas maiores ocupam
várias células espaciais e assim só algumas partes da partícula estarão sujeitas
ao movimento das células. As restantes partes estão paradas no tempo e no
espaço. O facto de os corpos apresentarem inércia é consequência direta de o
tempo (ou seja, os movimentos das células espaciais) não afetar todas as
partículas ao mesmo instante.
Contudo, a sujeição ao movimento
das células não implica necessariamente a movimentação das partes da partícula
afetada porque o movimento não acontece todas as vezes que as partes de
partícula são percorridas pelas cadeias pois, se assim fosse, o movimento geral
da partícula seria próximo da velocidade da luz.
Supõe-se que existe um estado
cinético que estabelece a velocidade da partícula e determina o número de vezes
que a partícula é percorrida pelas cadeias espaciais para que haja um
deslocamento no valor de uma célula espacial e numa dada direção.
O estado cinético de uma
partícula é resultante de todas as forças que nela atuam e determinam a direção
e velocidade do seu deslocamento.
A deslocação das partículas
realiza-se assim à custa do movimento das células espaciais sendo que o estado
cinético das partículas condiciona essa sua deslocação. O estado cinético
comporta-se como uma vela de um barco que dirige a energia fornecida pelo
vento, vento esse que é o movimento das células espaciais. Esse movimento é a
verdadeira energia que anima o universo e que conduz à sua expansão. É a
chamada energia escura. E é o tempo.
Acredita-se que uma célula
espacial ocupada por matéria não se divide. Assim sendo, na presença de corpos
o número de células que se divide é menor e consequentemente o número de
cadeias de movimentos iniciadas também é menor.
Assim, na proximidade de grandes
corpos como estrela e planetas, o tempo corre mais devagar.
Um corpo está constantemente a
ser percorrido por cadeias espaciais vindas de todas as direções e por isso o sentido
do movimento que resulta apenas da soma de todos esses movimentos é nulo.
Contudo, se na sua proximidade existir outro corpo, esse corpo vai alterar o
equilíbrio das cadeias de células espaciais que atingem e afetam o primeiro
corpo. As cadeias provenientes da direção do segundo corpo serão em menor
número e a soma dos movimentos deixa de ser nula e passa a existir uma força no
sentido do segundo corpo. O mesmo acontece também com o primeiro corpo que
provoca do mesmo modo uma atração relativamente ao segundo. É a força gravítica
que tanto maior será quanto maior forem os corpos e menor for a distância
porque quanto maior for a distância maior é o número de células espaciais
sujeitas a divisão e a diferença entre a direção das forças das cadeias
espaciais se esbate.
Assim sendo tanto a força
responsável pelo afastamento das galáxias como a força gravítica são resultado
da ação dos movimentos das cadeias de células espaciais.